terça-feira, 16 de fevereiro de 2010



A JUVENTUDE E A FAMÍLIA

“Ninguém te desprezes por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade.” (I Timóteo 4, 12).

Uma pequena reflexão para os jovens, principalmente os vocacionados para o matrimônio, dada a grande preocupação da falha ou até da completa inexistência de preparação para a vida matrimonial; quer por parte mesmo da Igreja; da sociedade e principalmente da família.

Tenho para mim, que a grande maioria dos casamentos desfeitos ou problemáticos tem sua raiz exatamente na carência de uma sólida formação e educação conjugal, ou seja para a vida a dois em todos os aspectos. Pois, como mandato do Senhor, o matrimônio validamente contraído, só a morte separa:

“Respondeu-lhes Jesus: ‘Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu.’” (Mateus 19, 4-6).

Hoje, o chamado amor livre, o casamento de contrato ou à experiência e outros enganos mais, tem contribuído para o declínio da família já na consciência do jovem, futuro cônjuge.

A Palavra de Deus é imutável; suas Leis são imutáveis; então porque não se ensina mais aos jovens que sexo antes do casamento é pecado e grave?! Porque não se ensina a verdade sobre a masturbação, que além de um ato egoístico, igualmente é pecado e que fere o amor de Deus. Pois todo o ato sexual deve partir de uma doação mútua em equilíbrio com os desígnios de Deus para os homens. Sei que saímos de gerações que “pintaram” o sexo como uma coisa feia. Estamos pagando o preço hoje. Mas não é porque gerações passadas erraram que vamos “liberar geral”. Deus fica aonde nessa história?

Por isso meu querido jovem e minha querida jovem, acolha toda sua sexualidade como um dom precioso de Deus, para vivê-la no momento oportuno, para realizar-se plenamente no casamento e, assim, virão os filhos, frutos do verdadeiro amor e não de qualquer aventura imatura e impensada, assim eles serão recebidos com amor e alegria e serão uma bênção do Criador para vocês e não, como veremos o Papa dizendo, um adjunto incômodo.

Sei que não é só de sexualidade que se faz um casamento mas, detenho-me mais neste assunto, por ser a área que mais está “pegando” na vida, principalmente, de você jovem.

No Ano Internacional da Juventude – 1985 – João Paulo II escreve para os jovens de todas as épocas. Vamos ver um pequeno trecho deste documento, em que fala da questão conjugal :

“Hoje em dia os princípios da moral conjugal cristã, em muitos meios, são apresentados sob uma imagem deformada. Procura-se impor a vastos círculos e até mesmo a sociedades inteiras um modelo que se autoproclama ‘progressista’ e ‘moderno’. Não se repara, quando assim acontece, que neste modelo o homem e, talvez, sobretudo a mulher, de sujeito é transformado em objeto (objeto de uma manipulação específica), e todo o vasto conteúdo do amor é reduzido ao ‘gozo’ do prazer que, mesmo que existisse de ambas as partes, não deixaria de ser egoísta na sua essência. Por fim, a criança, que é o fruto e a encarnação nova do amor dos dois, torna-se cada vez mais um adjunto incômodo. A civilização materialista e a civilização do consumo penetram em todo este maravilhoso conjunto do amor conjugal, paternal e maternal e despoja-o daquele conteúdo profundamente humano, que desde o princípio foi marcado por um cunho e reflexo divino.

Caros jovens, meus amigos! Não permitais que vos seja subtraída esta riqueza! Não inscrevais no projeto da vossa vida um conteúdo deformado, empobrecido e falseado: o amor ‘congratula-se com a verdade’. Procurai esta verdade onde ela realmente se encontra! Se for preciso, sede resolutos em opor-vos à corrente das opiniões que se propalam e dos estribilhos de propaganda! Não tenhais medo do amor que impõe ao homem exigências precisas. Estas exigências – tais como vós as encontrais no ensino constante da Igreja – são exatamente aquilo que é capaz de fazer do vosso amor um amor verdadeiro.” (João Paulo II aos Jovens e às Jovens do mundo, 10).

Gostaria de recomendar aos jovens e responsáveis em todas as áreas da educação a leitura e estudo do documento “Preparação para o sacramento do matrimônio” do Pontifício Conselho para a Família (Edições Loyola – 1996) para um melhor entendimento do valor do matrimônio cristão. Fiquemos com um pequeno trecho deste documento:

“Para os cristãos o matrimônio, que tem a sua origem em Deus criador, implica além disso uma verdadeira vocação e um particular estado e vida de graça. Tal vocação, para ser amadurecida, requer uma preparação adequada e especial, e é um caminho específico de fé e amor, tanto mais que esta vocação é dada ao casal para o bem da Igreja e da sociedade. E isto com todo o significado e força de um empenho público, assumido diante de Deus e da sociedade, que vai além dos limites individuais.” (nº 9).

Jovem você tem a força de mudar a cara deste mundo. Seja autêntico! Não vá na “onda”! Proponha e proclame para você: Ou santo ou nada! Tenha certeza: com Jesus no coração você pode. Vá em frente. Ou santo ou nada!

Não acredite quando falam que você é o futuro. Você jovem é o presente e é agora que você pode mudar o rumo das coisas e não amanhã; com Jesus somos mais que vitoriosos e o mundo precisa dessa vitória hoje e não amanhã!


Que a Sagrada Família abençoe abundantemente toda juventude. Amém!

Italo J. Passanezi Fasanella